Bem-Vindo à Oliveira Natural, Israel!

Bem-Vindo à Oliveira Natural, Israel!

22 de Fevereiro, 2021 6 Por Getúlio Cidade

Seja bem-vindo(a) à página da Oliveira Natural, espaço dedicado a explorar e revelar as raízes judaicas do cristianismo. A oliveira é um nome dado a Israel nas Escrituras, conforme Jeremias 11:16. Paulo, o apóstolo dos gentios, faz referência ao mesmo nome quando discorre sobre o destino de Israel e das nações em sua carta aos Romanos. É uma alegoria que descreve a nação eleita por Deus, representada pelo judaísmo, sua cultura e seu povo. Nela foram enxertados os cristãos gentios, a quem Paulo chama de zambujeiro (oliveira brava), passando a ser participantes de sua raiz e de sua seiva Romanos 11:16-24.

O que é uma raiz? É o elemento orgânico através do qual se leva nutrientes do solo para a planta que lhe servem de alimento para crescer viçosa e vigorosa, possibilitando-lhe dar frutos saudáveis. É exatamente essa imagem que Paulo toma emprestado do profeta Jeremias para se referir a Israel como Oliveira Natural, recebendo enxerto dos ramos de zambujeiro (gentios). Por isso, ele alerta os gentios para que não adotem nenhuma atitude de soberba ou de arrogância contra Israel, pois não são os gentios que sustentam a raiz, mas a raiz que os sustenta.

Este espaço virtual é dedicado a levar a esses cristãos gentios o conhecimento da riqueza dessas raízes judaicas. E o propósito de se conhecer tais raízes é unir a Igreja gentílica à sua origem, levá-la de volta para a Oliveira Natural, onde fora enxertada não por mãos humanas, mas pela poderosa mão divina. Ignorar essa verdade é ignorar o próprio Senhor, aquele que “de ambos os povos fez um” Efésios 2:14. Seu desejo é a unidade, pois Ele é um Deus uno. Não há dúvidas de que, quando tal unificação for restaurada, os cristãos gentios irão operar no Reino de Deus com eficiência muito maior, frutificando como nunca antes. Basta olhar para o livro de Atos e verificar como se portava a Igreja primitiva.

Oliveira no horto do Getsêmani, Jerusalém, com idade estimada de cerca de três mil anos. (Foto do autor)

A oliveira é uma árvore que se estabelece por séculos e até milênios, de raízes profundas que se estendem por vários metros debaixo da terra, extremamente forte e resistente. É possível encontrar hoje, no Jardim do Getsêmani em Jerusalém, oliveiras com uma idade estimada de cerca de três mil anos, dada sua vitalidade e longevidade. Ou seja, são oliveiras que datam do tempo do Rei Davi e certamente testemunharam a oração agonizante de Jesus na noite de sua Paixão. Vemos essa árvore resistindo ao próprio Dilúvio quando, após baixarem as águas, Noé envia uma pomba para se certificar de que havia terra seca e ela lhe traz um ramo de oliveira no bico (Gênesis 8:11). Encontramos menção dela nos poemas de Davi, ao declarar: “Eu, porém, sou como uma oliveira que floresce na casa de Deus (…)” (Salmo 52:8), em uma metáfora para mostrar que ele, a despeito das agruras pelas quais atravessava em seu estado de fuga constante de Saul, seu perseguidor que queria matá-lo, permaneceria firme e incólume na presença de Deus, além de dar frutos diante dele.

Não existe outra árvore que se assemelhe mais a Israel do que a oliveira. Sua história, ao longo de séculos e milênios, tem demonstrado isso, sobrevivendo à escravidão do Egito, às guerras desde a Antiguidade contra povos e exércitos muito mais poderosos, sendo exilado de sua terra por duas diásporas (tendo a segunda durado quase dois milênios), sofrendo todo tipo de agressão, genocídios e tentativas de extermínio como o Holocausto. Ainda assim, tem permanecido resiliente ao longo das eras, firme e frutífero tal qual a oliveira.

As raízes judaicas da fé cristã são uma herança antiga, recebida no século I a partir da formação da Igreja, composta inicialmente em quase sua totalidade de judeus. É um legado transferido de geração a geração. Conhecer essas raízes não significa judaizar a Igreja gentílica, adotar costumes judaicos tais como o uso de quipá, talite ou filactérios, comer refeições kosher, tocar o shofar ou adotar nomes hebraicos. Vai bem além de símbolos externos e consiste em conhecer o contexto religioso, sociocultural e histórico em que a Bíblia foi escrita, bem como seus valores transmitidos desde tempos imemoriais até a chegada do Messias, quando se iniciou o cristianismo. Este, por sua vez, era uma mera ramificação dentro do judaísmo, não uma nova religião, sendo desvinculado dele por imposição do império romano somente séculos mais tarde.

Aprender sobre tais raízes permite-nos conhecer nossa verdadeira identidade como cristãos gentios; permite-nos sondar mais profunda e detalhadamente a Bíblia Sagrada, uma vez que suas palavras e histórias ganham mais vida quando lidas e estudadas no devido contexto em que foram escritas; permite-nos enxergar com maior clareza os tempos em que vivemos e discernir suas estações, juntamente com o plano de Deus para a salvação dos homens; e, mais importante de tudo, permite-nos aprender com maior profundidade sobre o Deus de Israel cujo nome professamos.

Desejamos que cada visitante possa aqui dar um mergulho profundo nas raízes da fé cristã, de volta ao lugar genuíno estabelecido por Deus para que sua Igreja nascesse e frutificasse, a Oliveira Natural, onde foi enxertada e feita participante de suas raízes e de suas riquezas.

(Extraído e adaptado do livro A Oliveira Natural: as Raízes Judaicas do Cristianismo – Vol. 1)

Saiba mais sobre o livro A Oliveira Natural: As Raízes Judaicas do Cristianismo.

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