Os Sinais no Céu da Volta do Messias
Hoje é o quadragésimo dia da contagem do ômer e foi nesse tempo que Yeshua ascendeu ao céu diante dos olhos de seus discípulos, ordenando-lhes a permanecer em Jerusalém a fim de aguardarem a promessa do Espírito Santo, o que ocorreu dez dias depois, em Pentecostes. Naquela ocasião, dois anjos disseram aos discípulos que, da mesma forma que eles o viram subir, Ele haveria de voltar à Terra (At 1:10-11). E o próprio Senhor, antes de ser crucificado, advertira-os sobre seu regresso. Ele os alertou que haveria sinais no céu e na Terra que precederiam sua volta. Os sinais da Terra são mais do que conhecidos de todos. Quais são, porém, os sinais no céu da volta do Messias?
Falando aos discípulos sobre os sinais da vinda do Filho do Homem, Yeshua disse: “Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares, e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu” Lucas 21:11. Não é preciso ir longe para concluir que terremotos, fomes e pestes estão cada vez mais presentes na nossa era e, mesmo em meio a todo progresso tecnológico, parecem inevitáveis e intermináveis. No entanto, há os “grandes sinais do céu”, aos quais, normalmente, não damos a devida atenção.
Sinais nos astros
Nesse mesmo capítulo, Jesus declara: “E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas (…)” Lucas 21:25. Talvez sejam estes os “grandes sinais” aludidos no verso 11. O termo estrelas compreende também a ideia de planetas como a conhecemos hoje. Isso é importante porque um dos sinais mais proféticos de todos os tempos, que prenunciou a encarnação do Messias, ocorreu exatamente em um alinhamento de planetas, o que só pôde ser comprovado mais tarde pela astronomia. Tal alinhamento coincide com a data aproximada do nascimento de Jesus, tendo ficado marcado na história como a “estrela de Belém” e ainda hoje é assim conhecido.
Esse tipo de alinhamento é muito raro, mas tivemos um recente no fim do ano passado, em 21 de dezembro de 2020, exatamente no solstício de verão no hemisfério sul, evento que marca o início do verão. Este foi o alinhamento entre Júpiter e Saturno, conhecido como Grande Conjunção e também chamado curiosamente de “estrela de Belém” devido ao brilho formado pela união dos dois astros no céu. Segundo a NASA, a última vez em que esses planetas estiveram tão próximos foi há quase quatrocentos anos. E agora, esse evento se repetirá somente em 2080 e, depois, apenas em 2400.[1]
Se esse alinhamento notável e raríssimo entre planetas anunciou a chegada do Rei de Israel, conclui-se que tal evento astronômico ocorre em tempos extremamente significativos para a humanidade. Sua última ocorrência no ano de 2020 fala por si só; um dos anos mais marcantes na História, quando todas as nações foram subjugadas por um vírus desconhecido até então. Esse acontecimento tem a capacidade de alterar, como já está alterando, os destinos das nações. O mundo pós-coronavírus jamais será o mesmo. Esse último alinhamento dos planetas parece gritar essa mensagem dos céus.
“O sol escurecerá”
A importância da observação dos corpos celestes é mencionada na Bíblia logo no início, em Gênesis 1:14, quando é dito que os luminares foram criados no firmamento para servirem de sinais. O original em hebraico sugere que tais sinais também sejam para presságio ou prenúncio de acontecimentos sobre a Terra,[2] como foi a “estrela de Belém”.
Uma expressão usada exaustivamente nas Escrituras para se referir aos tempos do fim, inclusive pelo próprio Jesus, é de que o sol escurecerá. Encontramos isso em diversos profetas do Velho Testamento, nos Evangelhos pelas palavras de Jesus e pelos apóstolos, em especial, João ao escrever Apocalipse.
Logicamente há diferentes formas de se “escurecer” o sol, impedindo sua luz de chegar à Terra, e não quero tecer especulações quanto a isso. No entanto, a forma mais clara que conhecemos é por meio de um eclipse solar. Sendo assim, não seria esse evento astronômico um dos sinais do céu aludidos por Yeshua sobre os tempos do fim? É uma forma de Deus enviar seus avisos à humanidade. De igual modo, o escurecimento da lua, também mencionado nas Escrituras, dentre outras maneiras, ocorre por meio do eclipse lunar.
Vejamos se a imagem usada por um dos profetas não condiz com a de um eclipse solar: “Naquele dia, declara o SENHOR, o Soberano: Farei o sol se pôr ao meio-dia e em plena luz do dia escurecerei a terra” Amós 8:9. Essa pode ter sido uma profecia sobre a crucificação, conforme descrita nos Evangelhos: “Já era quase meio dia, e trevas cobriram toda a terra até às três horas da tarde; o sol deixara de brilhar. E o véu do santuário rasgou-se ao meio” Lucas 23:44,45.
Conforme as Escrituras, esse escurecimento do sol e da lua estão relacionados a juízos divinos sobre a Terra. Os sábios judeus dizem que o eclipse solar está ligado ao juízo sobre as nações; e o eclipse lunar, ao juízo sobre Israel. Se considerarmos que o calendário gregoriano, usado pelo mundo todo, é baseado no sol e que o calendário judaico é baseado na lua, isso faz todo sentido. Portanto, o eclipse solar ocorrido nos momentos em que Yeshua esteve pregado à cruz até sua morte não teria sido uma mera coincidência. Era uma forma de Deus enviar seu sinal do céu de que o juízo divino pelo pecado das nações e de toda a humanidade estava recaindo sobre seu Filho naquela cruz. Ele tomou o lugar do mundo inteiro para nos livrar da ira de Deus contra o pecado e nos dar acesso ao Pai.
Voltando ao passado recente, no ano de 2020, ocorreram três eclipses solares totais, sendo que o último foi no dia 14 de dezembro, exatamente uma semana antes do alinhamento entre Júpiter e Saturno. Esses dois eventos astronômicos tão próximos e raros posicionam o ano de 2020 como extremamente significativo para as nações. Devemos receber esses sinais do céu como motivo para nos quebrantarmos e nos humilharmos diante de Deus por nossas vidas e por nossas nações, antes que chegue o grande dia da sua volta.
Lua de Sangue
O escurecimento do sol é normalmente mencionado com o da lua por quase todas as Escrituras que tratam do assunto. Mas, além disso, há algumas poucas passagens que se referem à lua se tornando como sangue. Essa expressão foi usada pela primeira vez pelo profeta Joel: “O sol se tornará em trevas, e a lua em sangue; antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” Joel 2:31. Aqui o profeta destaca esses acontecimentos como claros sinais do dia do Senhor, um tempo de juízo sobre a Terra que precederá seu retorno. Pedro faz referência a essa profecia em seu primeiro sermão exatamente no dia de Pentecostes que coincidiu com a descida do Espírito Santo. E, mais tarde, João usa a mesma expressão em Apocalipse. Mas o que seria precisamente uma lua de sangue?
O termo lua de sangue é usado hoje para se referir a um eclipse lunar total, ou seja, quando a lua é completamente encoberta pela parte mais profunda da sombra da Terra, bloqueando totalmente a incidência dos raios solares em sua superfície. O que ocorre em seguida é que os raios do sol que passam pela atmosfera da Terra durante todos os crepúsculos matutinos e vespertinos que estiverem ocorrendo no momento, serão filtrados, eliminando-se cores como azul e verde do espectro, deixando passar apenas os de cor vermelha. Esses raios se curvarão pela refração da atmosfera e incidirão na superfície lunar, dando a ela uma coloração avermelhada enquanto permanece dentro da zona de sombra da Terra. Daí o nome lua de sangue.
O curioso é que o termo lua de sangue é usado amplamente para se referir a esse evento astronômico, inclusive pela comunidade científica, embora não seja um termo científico. Mas até mesmo a NASA o emprega.[3] A ocorrência do fenômeno da lua de sangue tem se acentuado nos últimos anos. Isso é um claro sinal de que o tempo anunciado para a volta do Messias está próximo.
No biênio 2014/2015, houve uma tétrade de luas de sangue, ou seja, uma sequência de quatro eclipses lunares totais desse tipo. E o mais incrível é que todas as quatro aconteceram exatamente dentro das Festas da Páscoa e Tabernáculos de 2014 e 2015. Essa é uma ocorrência raríssima na História e certamente um sinal importante demais para ser negligenciado.
No próximo dia 26 de maio, apenas alguns dias após Pentecostes, haverá outra lua de sangue e coincidirá com a “superlua”, ponto da órbita em que a lua se encontrará mais próxima da Terra no ano de 2021. Embora esse evento não possa ser visto do Brasil dessa vez,[4] é mais um claro sinal transmitido pelos céus a respeito da proximidade da volta do Messias.
O Salmo 19:1 diz: “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos”. É impossível olhar o céu estrelado e não contemplar a majestade e o poder de Deus. Isso me lembra Albert Einstein e o que ele chamava de “teologia do céu noturno” que é uma sensação de grandiosidade do universo que até mesmo os ateus e materialistas sentem ao olhar para a Via Lacta. Certamente, esse universo tão insondável para nós foi criado para glorificar seu Criador. E Ele o controla de forma a nos enviar sinais direto de seus corpos celestes para nos advertir sobre os tempos e estações em que vivemos e, especialmente, para que estejamos prontos para a vinda do Messias. Maranata!
[1] https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/2020/12/21/estrela-de-belem-como-ver-o-maior-alinhamento-de-jupiter-e-saturno-em-seculos
[2] Concordância de Strong 226.
[3] https://spaceplace.nasa.gov/full-moons/en/
[4] Quem estiver nos Estados Unidos, poderá ver os horários de aparição da lua de sangue de 26 de maio, de acordo com sua região, pelo link: ‘Blood Moon’ 2021: How, When And Where To See A Spooky Red Moon Eclipse This Year With Your Naked Eyes (forbes.com).
Um evento astronômico raro ocorreu entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro de 2023 que foi a Superlua Azul. O autor de A Oliveira Natural, Getúlio Cidade, concedeu uma entrevista sobre o tema, explicando a ligação profética desse acontecimento com as Festas do Senhor. Leia e saiba mais.
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