O Simbolismo Espiritual das Olimpíadas

O Simbolismo Espiritual das Olimpíadas

31 de Julho, 2024 0 Por Getúlio Cidade

Os Jogos Olímpicos de Paris tiveram sua abertura oficial no dia 26 de julho de 2024. A cerimônia foi marcada negativamente, e assim será lembrada, pelo mau gosto da paródia do quadro “A Última Ceia”, afresco de Leonardo da Vinci do final do século XV, que afrontou cristãos do mundo inteiro sob uma falsa alegação de inclusão. A verdade é que investidas desse tipo jamais abalarão a fé ou ofenderá quem está firmado sobre a Rocha Eterna, seja de que ramo for do cristianismo. Por outro lado, isso é apenas a parte visível do iceberg. O simbolismo espiritual das Olimpíadas é algo que transcende em muito o desrespeito ao cristianismo retratado na cerimônia de abertura em Paris.

O acendimento da chama olímpica foi realizado em 16 de abril, em cerimônia nas ruínas do templo de Hera, na cidade de Olímpia, palco dos jogos da antiguidade, na Grécia, repetindo um ritual que se dá há séculos. De lá, iniciou-se a peregrinação da tocha olímpica, passando por quatro continentes, até chegar em Paris para o acendimento da pira, na abertura oficial dos Jogos, no dia 26 de julho.

ORIGEM OCULTISTA

Na mitologia grega, Hera foi, ao mesmo tempo, irmã e esposa de Zeus, considerado rei dos deuses do Monte Olimpo. A ideia dessa cerimônia é promover uma conexão entre os jogos da antiguidade, nascidos em Olímpia, em 776 a.C., e os jogos modernos. Na cerimônia, o acendimento da tocha é feito sempre por uma artista, vestida como sacerdotisa do templo de Hera, juntamente com outras sacerdotisas que a acompanham. A sacerdotisa clama em alta voz a Apolo, o deus-sol, antes de acender a tocha. Não é por acaso que se utiliza um espelho côncavo que concentra os raios do sol para o acendimento. Esse e outros rituais visam a aproximar o presente do passado.

O fogo era considerado pelos gregos antigos como um elemento divino e era exposto na entrada dos principais templos, como o de Olímpia, sede dos jogos. A tocha, naquela época, já era acesa com raios solares e o objetivo desse ritual era garantir a pureza do fogo que queimaria permanentemente nos altares de Zeus, Héstia e Hera. Durante os jogos antigos, as guerras em andamento deveriam ser interrompidas para que todos pudessem participar, jogando ou assistindo, o que representava um período de paz para os povos, ainda que temporário.

Basta abrir os olhos e ouvidos espirituais para discernir a origem ocultista dos jogos olímpicos, envolvendo a invocação de seres espirituais. A ênfase da antiga cerimônia de acendimento nos jogos modernos excede o romantismo da mitologia grega e o enaltecimento de tradições antigas. O propósito é não apenas prestar adoração a deuses pagãos, mas de conceder legalidade aos poderes das trevas sobre as nações participantes. Mediante esse ritual, fica mais claro o que realmente significa aproximar o presente do passado, espiritualmente falando.

Cerimônia de acendimento da tocha olímpica por uma sacerdotisa de Zeus nas ruínas do templo de Hera, em Olímpia, Grécia (Xinhua/Zheng Huansong via MaxPPP)

O FOGO DE ZEUS

O objeto utilizado para acender a tocha olímpica é um espelho côncavo que, ao concentrar os feixes solares, gera uma alta temperatura capaz de inflamar o combustível da tocha, acendendo-a. Por que não a acender com um instrumento mais moderno e, sim, com raios solares? Para que o sol, um dos objetos mais antigos de idolatria no mundo, seja empregado, exaltando-se o deus-sol, adorado na antiguidade pelos babilônios na figura de Ninrode ressuscitado (Tamuz), pelos persas (Mitra), pelos egípcios (Rá) e por outros povos, sendo, mais tarde, adorado pelos gregos e romanos (Hélio e Apolo). Não é algo para inovar ou embelezar a cerimônia, mas uma antiga prática idólatra. Assim como não é mera tradição que a cerimônia se realize nas ruínas de um templo grego pagão com artistas em trajes antigos, cuidadosamente denominadas de sacerdotisas. Não se trata de um espetáculo artístico para entreter pessoas, mas de um culto pagão disfarçado de arte.

Os jogos olímpicos, iniciados oito séculos antes de Cristo, sempre foram um festival religioso e dedicados a Zeus — o rei dos deuses na mitologia grega. Eram feitos sacrifícios a essa potestade antes e durante o festival. A chama olímpica, acesa na tocha e que permanece acesa na pira olímpica durante os jogos, é dedicada a ele. Os jogos são iniciados com o hino olímpico, uma canção que invoca poderes espirituais obscuros para habitar entre os povos reunidos. A letra do hino invoca o “espírito imortal da antiguidade” e afirma que “as multidões de todas as nações vão adorá-lo”. Logicamente o nome do Deus único e verdadeiro não é mencionado. Trata-se de uma idolatria e invocação de poderes das trevas para agirem durante os jogos.

Na cerimônia dos jogos contemporâneos, da tocha acesa, retiram-se chamas para se levar a outros países, seguindo de avião, devidamente acondicionadas para que não se apaguem. Por que tanto custo, cuidado e preciosismo? Porque aquela chama vem do fogo que foi consagrado a Zeus, uma figura que aponta para a maior autoridade espiritual dos poderes desse mundo no qual jaz o maligno. Essa mesma chama percorre milhares de quilômetros para outros continentes, seguindo de mão em mão até que seja acesa no início dos jogos, permanecendo assim até o fim das competições. A razão do fogo não poder se extinguir me faz lembrar um mandamento da Torá em Levítico 6:13: “O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará”. Não é de causar admiração essa semelhança, uma vez que as trevas buscam imitar tudo o que pertence à Luz.

Pira olímpica nas Olimpíadas de Melbourne 1956 (art.com)

PERSEGUIÇÃO E PROFANAÇÃO

O fogo da chama olímpica representa o fogo do altar de Zeus. Por que isto é significativo? Porque a chama deste altar tem a função de trazer de volta os poderes demoníacos que os ligavam a Antíoco Epifânio, um dos quatro generais de Alexandre, o Grande. Alexandre foi um guerreiro e conquistador, estendendo o império grego por todo o mundo conhecido da época. Por onde passava, estabelecia o altar de Zeus. Nesses lugares, até hoje, existem forças antissemitas que contendem contra o plano da aliança de Deus.

Em 168 a.C., Antíoco IV Epifânio ergueu uma estátua de Zeus e sacrificou um porco a essa divindade pagã, derramando seu sangue no Santo dos Santos, no Templo de Jerusalém, em uma afronta ao Deus de Israel. O povo judeu foi então torturado e morto até desistir da adoração ao Senhor e dobrar-se diante de Zeus. Isto originou a Revolta dos Macabeus que culminou com a expulsão dos gregos de Jerusalém e que é celebrada até hoje na Festa de Hanukkah. Entretanto, em 70 d.C, o Templo foi completamente destruído e Jerusalém desolada. As forças demoníacas de Zeus odeiam o único Deus verdadeiro e o povo da aliança.  

Essa profanação foi responsável por grande parte da perseguição à Igreja nos séculos I e II d.C. O povo de Deus era forçado a adorar esses deuses pagãos ou a enfrentar perseguição e até mesmo a morte. Enquanto essas forças demoníacas falharam em parar a Igreja, elas começaram a invadi-la através da “cristianização” dos jogos pelos bispos gregos no século III. Isto resultou na adoção da mentalidade grega bem como seu modo de pensar, no lugar da maneira de pensar judaica, em que se encontram de fato as raízes cristãs.

Um pequeno exemplo está no termo hermenêutica, ramo de estudo da teologia há séculos, derivado do nome Hermes que, na mitologia, é o mensageiro dos deuses e em quem, segundo os gregos, originou-se a linguagem e a escrita. Não é de admirar que muito da teologia estudada no mundo inteiro tem viés antissemita, baseada na Teologia da Substituição. A influência grega é muito mais forte e arraigada nas sociedades do Ocidente do que se imagina. Graças a ela, os tempos e as eras foram mudados de forma que as festas cristãs ocorressem juntamente com os festivais pagãos, algo que perdura até hoje, em detrimento das Festas do Senhor (que assim são chamadas na Bíblia e não de festas judaicas).

Estátua de Zeus erguida no Templo de Jerusalém por Antíoco IV em 168 a.C. (Imagem: Copilot)

ALIANÇA COM O PRÍNCIPE DA GRÉCIA

As chamas da tocha olímpica passam por vários países. Em 2004, quando as Olimpíadas foram realizadas na capital grega, Atenas, houve grande simbolismo, pois as chamas foram enviadas, pela primeira vez, aos cinco continentes, um ato intencional para aliançar, de forma consciente ou não, todos os países com os deuses gregos pagãos da antiguidade.  Como há principados espirituais no domínio das nações, conforme ensina o livro de Daniel, o que há é uma aliança espiritual, feita nessa trajetória tão extensa da tocha olímpica, a fim de permitir a entrada dos deuses pagãos gregos em outras nações do mundo. Isso é um ato profético das trevas, feito com legalidade entre principados das nações.

Não é por acaso que os jogos olímpicos, realizados a cada quatro anos, têm por propósito unir as nações da Terra. O nome Olimpíadas vem do grego Olympus que era o templo dos deuses gregos. O símbolo das Olimpíadas são cinco anéis coloridos representando os cinco continentes. Estes anéis estão entrelaçados e representam uma aliança única com os deuses do Olimpo. Esta aliança se renova de quatro em quatro anos em toda a Terra, mantendo sua profanação. E quatro, biblicamente falando, é o número da Terra. Foi tudo meticulosamente arquitetado para manter renovada essa aliança das nações com os principados gregos. Aliás, o príncipe da Grécia já é um velho conhecido na Bíblia, com quem o arcanjo Miguel teve de pelejar após o encontro do anjo Gabriel com Daniel.

Atleta grego conduz a tocha olímpica nos Jogos de Atenas 2004 (Getty Images)

BLASFÊMIA EM PARIS

Além de todo ocultismo e idolatria envolvidos nos jogos olímpicos desde sua criação, há 2.800 anos, os atuais jogos, iniciados em Paris no último dia 26, se destacam por serem a edição que conseguiu juntar, em uma cerimônia de abertura, diversos atos proféticos malignos com blasfêmia ao cristianismo, em uma espécie de culto satânico. Foram quadros que faziam clara alusão às Escrituras, em uma tentativa de emular com fatos e personagens bíblicos a fim de profaná-los. Nesse sentido, essa foi uma edição inédita na história das Olimpíadas.

Durante a cerimônia, foi mostrada uma cabeça de touro dourada, uma clara alusão ao bezerro de ouro da história do Êxodo, um símbolo de idolatria, bem como de força, orgulho, materialismo e poder pelo dinheiro (ouro). É um símbolo de independência de Deus, bem como de apostasia da fé para que o homem seja seu próprio deus e o centro de tudo.

O ato mais polêmico e blasfemo que despertou repúdio em todo o mundo cristão foi a reprodução vilipendiosa da Ceia do Senhor. Esse evento é um dos mais relevantes para judeus e cristãos, pois representa o seder de Pesach — a libertação do povo do Egito —, bem como a aliança de Yeshua com seus discípulos em sua última noite na Terra, estendida a todos os povos gentios que creem em seu nome, selada com sua carne e seu sangue.

Na reprodução blasfema da cerimônia de Paris, o fruto da videira, símbolo maior do sangue redentor de Yeshua, foi substituído pelo vinho profano do deus Dionísio — deus do vinho na mitologia grega e Baco na romana — que aparece sentado sobre a mesa da Ceia em sinal de desrespeito e desprezo à sagrada refeição. Na mitologia, Dionísio representa a embriaguez, a orgia e a falta de siso, o que é um convite à carne e ao pecado para assumirem seu lugar de domínio sobre o homem, em uma clara rebeldia a Deus e a seus mandamentos, bem como à condução de uma vida santificada. Além disso, Dionísio é filho de Zeus, apontando para uma clara tentativa de zombar e blasfemar o nome de Yeshua, o único Filho do verdadeiro Deus e Salvador do mundo.

Imagem: LinkedIn

AS OLIMPÍADAS E A FALSA PAZ

Em um determinado momento da cerimônia de abertura, em Paris, um cavaleiro com um cavalo branco apareceu cavalgando com a cabeça encapuzada e o rosto escondido, tendo estendida nas costas a bandeira olímpica por manto. Ao fundo, estava a Torre Eiffel e dois chifres, envoltos pela escuridão da noite. O chifre também é um símbolo de poder. Foi uma clara menção a Apocalipse 19:11-13, em que Yeshua aparece como o Cavaleiro do cavalo branco, tendo sobre si um manto manchado de sangue, que vem para vencer seus inimigos e governar as nações. O cavaleiro de Paris era seguido por uma multidão de pessoas empunhando bandeiras de todas as nações. Esse falso cavaleiro do cavalo branco aponta para o anticristo e a falsa paz que trará sobre a Terra, o que será capaz de unir as nações sob sua liderança a fim de conduzi-las ao engano e à perdição.

Segundo as palavras do Comitê Olímpico, as Olimpíadas, na era moderna, representam o espírito de paz, união e amizade. Na antiguidade, também era assim, pois os povos deveriam cessar as guerras para celebrar os jogos. Era uma falsa paz entre os povos, por um período determinado, para oferecer sacrifícios a deuses pagãos e celebrá-los, antes que voltassem a se destruir mutuamente. Isso me faz refletir sobre o anticristo e sua aceitação como falso salvador e reconciliador da humanidade. A Bíblia diz que ele fará uma aliança de paz com muitos, incluindo o povo judeu, o que também é conhecida como falsa paz. E, a partir daí, no meio da última semana de Daniel, quebrará essa aliança, sobrevindo guerras e destruições, o que precederá a volta do Messias.

As Olimpíadas parecem ser o cenário perfeito para isso, onde os principados do mundo farão aliança entre eles para que todas as nações recebam o reinado do anticristo. Será um período de falsa paz, mas mergulhado em profundas trevas. Posso arriscar a dizer que esses jogos se darão em Jerusalém, cujo nome significa cidade da paz, e serão os últimos da presente era. Ali ele estabelecerá seu trono e a profanação do Templo do Senhor (a abominação prevista por Daniel, Jesus e Paulo), que já terá sido reconstruído nessa época, da mesma forma que Antíoco Epifânio profanou o segundo Templo para sacrificar a Zeus.

A história se repete e o mundo espiritual é imutável. Essa profanação permanecerá até a volta de Yeshua para redimir o remanescente de Israel, derrotar seus inimigos e estabelecer seu trono em Jerusalém, a cidade do Grande Rei, conforme profetizou Zacarias. Ainda que HaSatan (Satanás), o inimigo de Deus, intente dominar sobre as nações, “do Senhor é a Terra e a sua plenitude, o mundo e todos os que nele habitam” (Salmo 24:1).


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